CARTA VERMELHA 1 / RED LETTER 1

“Aos poucos vou traduzir todos os documentos que achei em BLUE PRINCE, mesmo que receie que os jogadores Brasileiros que se debrucem sobre esse jogo já tenham domínio em inglês e, portanto, pouco se interessariam nessas traduções. Contudo, fica aqui minha contribuição a comunidade Blue Prince, jogo pelo qual dediquei com gozo horas da minha vida.”
“Se este conteúdo foi útil para você, nos ajude se inscrevendo no nosso YouTube e/ou Instagram: @Euprofessor e @Eu.professor.”
TRADUÇÃO
8 de maio
Prezado Barão Sinclair,
Para começar, meu nome é Worth Laude. Meu pai trabalhava para o seu pai, o Excelentíssimo Barão Tomas Sinclair, entre os anos de 1915 a 1918. O primeiro faleceu no mês passado, em avançada idade de oitenta e nove anos — que ele descanse em fuligem e cinzas. Deixou para trás sua viúva, sete filhos e mais de trinta netos. Escrevo-lhe hoje, no entanto, não para informar sobre esses assuntos familiares de pouca importância, mas para lhe contar um pouco sobre meu pai.
Ele viveu sua vida imponente entre nós, em um silêncio solene, como muitos de sua geração e da de seu pai. Nunca falou sobre o trabalho que realizou nas montanhas de Reddington, nem sobre a famosa propriedade onde foi designado. Nunca mencionou o Barão. Nem uma vez. Digo-lhe isso apenas para que saiba que ele jamais traiu a confiança que seu pai nele depositou. Os segredos que guardou para sua família, ele levou consigo para debaixo da terra.
Seus antigos camaradas e colegas do antigo grupo de mineração, no entanto, mostraram-se muito menos discretos e cuidadosos com suas palavras.
Durante o velório, impulsionados por um suprimento aparentemente inesgotável de bebidas alcoólicas, esses veneráveis senhores embarcaram em uma jornada pelo caminho da memória, relembrando o máximo que podiam dos bons e velhos tempos. Embora tais reminiscências possam normalmente ser descartadas como divagações fantasiosas da velhice, a quantidade e a especificidade de seus relatos conferem certa credibilidade às suas palavras.
Quanto a mim, não sou um homem presunçoso. Não presumo que essas histórias sejam verdadeiras. Não presumo que sua casa abrigue segredos de tal magnitude. No entanto… sinto-me irresistivelmente atraído pela ideia de compartilhar essas histórias; sejam verdadeiras ou não. Afinal, elas parecem, de todo modo, dignas de serem ouvidas.
Imagino se minha atual abundância de tempo ocioso alimenta esse impulso. Talvez eu tenha tempo demais em minhas mãos. Talvez, se alguém me ocupasse com alguma atividade proveitosa e lucrativa, meu entusiasmo em passar o tempo contando histórias fosse contido.
Aguardo ansiosamente uma resposta de Vossa Senhoria,
— Sr. Worth Laude

Não somos cegos à ironia de chantageá-lo por uma carta de chantagem — e não nos orgulhamos de nos juntar à interminável procissão daqueles que já bateram à sua caixa de correio em busca de uma esmola. Sobretudo porque nossos métodos carecem da sofisticação refinada e da elegância que este autor emprega com tanta naturalidade.
TEXTO ORIGINAL
May 8th
Dear Baron Sinclair,
To begin, my name is Worth Laude. My father used to work for your father, The Right Honourable Baron Tomas Sinclair, between the years of 1915 and 1918. The former having died last month, at the advanced old age of eighty-nine, may he sleep in soot and ash. He left behind his widow, seven children and thirty-odd grandchildren. I write to you today, however, not to inform you of these family affairs of little consequence, but to tell you a little bit about my father.
He lived his life, towering above us, in solemn silence like many members of his and your father’s generation. He never spoke of the work he did in the mountains of Reddington, or the famous estate in which he was stationed. He never spoke of the Baron. Not once. I tell you this only to relate that he never betrayed the confidence your father placed in him. The secrets he kept for your family, he took with him underground.
His elderly comrades and colleagues from his old mining outfit proved, however, to be not nearly as discreet and considerate with their words.
During the wake, fueled by a seemingly endless supply of spirits, these venerable gentlemen embarked on a journey down memory lane, recounting as much of the good old days as they could dredge up. While such reminiscences might typically be dismissed as the fanciful ramblings of age, the volume and specificity of their accounts lend a certain credence to their words.
Now, me, I am not a presumptive man. I don’t presume these stories to be true. I don’t presume your house is host to secrets of this magnitude. Yet… I find myself irresistibly drawn to the idea of sharing these tales; true or not. They seem, after all, stories worthy of being heard.
I wonder if my current abundance of idle time fuels this urge. Perhaps, I have too much time on my hands. Perhaps, if one were to engage me in some worthwhile and profitable enterprise, my eagerness to pass the time by telling stories would be curbed.
I eagerly await a response from your Lordship, -Mr Worth Laude
“We’re not blind to the irony of blackmailing you for a blackmail letter – and we’re not proud to join the endless procession of those who have knocked on your mailbox looking for a handout. Particularly so, when our methods lack the refined sophistication and class that this author so effortlessly wields.“
“Se este conteúdo foi útil para você, nos ajude se inscrevendo no nosso YouTube e/ou Instagram: @Euprofessor e @Eu.professor.”

Deixe um comentário