CARTA VERMELHA 8 / RED LETTER 8

“Aos poucos vou traduzir todos os documentos que achei em BLUE PRINCE, mesmo que receie que os jogadores Brasileiros que se debrucem sobre esse jogo já tenham domínio em inglês e, portanto, pouco se interessariam nessas traduções. Contudo, fica aqui minha contribuição a comunidade Blue Prince, jogo pelo qual dediquei com gozo horas da minha vida.”

“Se este conteúdo foi útil para você, nos ajude se inscrevendo no nosso YouTube e/ou Instagram: @Euprofessor e @Eu.professor.”

TEXTO TRADUZIDO

3 de março

Caro Sr. Sinclair,

Agradecemos por ter atendido prontamente a todas as nossas exigências, por não envolver a polícia e por permitir que essa transação infeliz ocorresse da maneira mais tranquila possível, dadas as circunstâncias.

E embora imagine que o senhor esperasse nunca mais ouvir falar de nós depois que devolvemos os envelopes, sentimos que uma última carta vermelha de nossa parte era merecida, dadas as circunstâncias. Esperamos que o senhor não seja tão descuidado com esta mensagem quanto foi com as outras.

Correspondência tão incriminadora deveria ser guardada em cofres, não em gavetas de mesa.

Vamos primeiro acalmar suas apreensões, já que tenho certeza de que outro envelope vermelho era a última coisa que o senhor esperava encontrar em sua mesa esta semana. Não, não estamos fazendo novas exigências, e não, não temos “cópias” das outras cartas.

O senhor já foi mais do que generoso e compreensivo, e o mínimo que podemos fazer é cumprir com a nossa parte do acordo. Então, por que escrever para o senhor? Por que nos incriminar ainda mais se já conseguimos o que queríamos? Em uma palavra: princípios.

Depois de ler sua resposta eloquente à nossa nota inicial, ficou claro para nós que houve alguns mal-entendidos. Esta carta tem a intenção de esclarecer alguns desses pontos e, com sorte, lançar uma luz mais branda sobre os nossos esquemas.

Primeiramente, podemos ter nos empolgado demais com a linguagem dramática da chantagem, mas nosso objetivo nunca foi causar terror. Apesar do que o senhor possa ter interpretado como ameaças veladas ao seu jovem sobrinho, quero assegurar pessoalmente que ele nunca esteve em perigo real.

Se demos a entender que faríamos algum mal ao rapaz, foi apenas no sentido muito vago de ‘prejudicar suas perspectivas sociais’. E sim, admitimos que nossas escolhas de palavras podem ser questionáveis (o suficiente para que seja razoável nos acusar de termos sido intencionalmente enganosos), mas esperamos que acredite em nós quando dizemos que isso não foi uma tática calculada para forçar o pagamento.

Contudo, como o pagamento foi recebido, nada se ganha agora ao analisar as questões éticas duvidosas envolvidas em nossa extorsão desses fundos. Pouca defesa pode ser apresentada nesse aspecto.

Além disso, qualquer tom de julgamento que o senhor possa ter percebido ao discutirmos o conteúdo das cartas roubadas foi inteiramente não intencional. Queremos deixar registrado que não nos consideramos superiores ao senhor ou à sua família em nenhum aspecto e, de fato, somos inteiramente simpáticos à causa subjacente à qual as cartas se referem (E o senhor pensou que esta carta não poderia ser ainda mais incriminadora para nós).

Repetimos, sentimo-nos culpados como o pecado, e só o tempo dirá se a compensação financeira superará nossa culpabilidade.

Embora o senhor nunca mais vá ouvir falar de nós, esperamos que esta carta de despedida o faça pensar em nós e em nossos atos, se não de forma favorável, ao menos com alguma simpatia.

Desculpe pelo transtorno

anonimamente para sempre,
X

TEXTO ORIGINAL

Dear Mr. Sinclair,

Thank you for promptly answering all our demands, not involving the police, and allowing this unfortunate transaction to transpire as smoothly as one could hope.

And while I’m guessing you had hoped to never hear from us again once we had give you back the envelopes, we felt that one final red letter of our own was merited given the circumstances. Hopefully, you will not be as careless with this missive as you were with the others.

Correspondence this incriminating should be kept in safes, not desk drawers.

Let’s first put your apprehensions aside, as I’m sure another red envelope is the last thing you expected to find on your desk this week. No, we are not making more demands, and no, we do not have “copies” of the other letters.

You were already more than generous and accommodating and the least we can do is fulfill our end of the bargain. So why write to you at all? Why incriminate ourselves further if we already have what we want? In a word, principles.

After reading your eleoquent reply to our initial note, it became apparent to us that there had been a few misunderstandings. This letter is intended to clarify some of those points, and hopefully will place our schemes in a softer light.

First, we may have gotten too excited with the colorful language of blackmail but our goal was never to terrorize. Despite what you may believe you interpreted as thinly veiled threats towards your young nephew, I want to personally assure you there was never any tangible danger.

If we gave any impression we would hurt the youngster, it was meant only in the very vague sense of ‘hurting his social prospects’. And yes, while we admit that our word choices might be questionable (enough so that it would be reasonable to accuse us of being intentionally misleading), we hope you believe us when we tell you that this was not a calculated ploy to elicit payment.

However, as payment has been received, there is nothing to be gained by scrutinizing the questionable ethics that were employed in our extortion of those funds. Little defense can be mustered on that score.

Additionally, any judgemental tone you may have detected when we discussed the content of your stolen letters was entirely unintended. We want it on record, that we do not consider ourselves superior to you and your family in any way, and are in fact, entirely sympathetic to the underlying cause that the letters pertain to (And you though, this letter couldn’t get more incriminating for us).

Again, we feel guilty as sin and only time will tell if the financial recompense will outweigh our culpability.

Even though you will never hear from us again, we hope this parting letter will result in you thinking of us and our dealings, if not favorably, at least sympathetically.

Sorry for the inconvenience.

forever anonymous, X



“Se este conteúdo foi útil para você, nos ajude se inscrevendo no nosso YouTube e/ou Instagram: @Euprofessor e @Eu.professor.”

Deixe um comentário